A primavera mal começou e já registra calor intenso acima da média histórica em todo país. É o que aponta o mais recente relatório do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), assinado em conjunto com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Diante dessa realidade, os especialistas recomendam que a população tenha cuidados redobrados com proteção solar e hidratação, principalmente, com crianças e idosos.
“Mais do que nunca, nós precisamos ficar atentos ao momento que estamos vivendo. Recentemente, tivemos uma onda de calor que fez as temperaturas alcançarem 30ºC até 32ºC em João Pessoa, um clima característico de verão em pleno início de primavera”, ressaltou o médico Felipe Montenegro, que é clínico geral da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Cruz das Armas.
No Nordeste, o volume de chuva diminui consideravelmente durante a primavera. E este ano, por causa do fenômeno El Niño, a previsão é de que a temperatura fique acima da média histórica em toda a região, segundo o Inmet/Inpe.
O clínico geral Felipe Montenegro comentou que esse clima quente favorece a desidratação, por isso é fundamental beber bastante água, mais do que o habitual e mesmo sem sentir sede. Atenção redobrada também para a conservação de alimentos. Com o calor, as comidas podem estragar mais rápido e ocasionar quadros infecciosos, como gastroenterites. “A gastroenterite é uma inflamação do estômago e do intestino que geralmente é causada pela ingestão de alimentos contaminados ou estragados, causando sintomas como vômitos, dor na barriga, dor de cabeça e diarreia”, explicou o médico.
As crianças tendem a sofrer mais com o calor, porque são dependentes de cuidados de terceiros. Elas não lembram de ingerir água com frequência ou reaplicar o protetor solar, por exemplo. “Então, os responsáveis precisam estar mais atentos a isso. Além disso, procurar vesti-las com roupas leves e direcioná-las para brincar em lugares arejados”, acrescentou.
Os idosos também precisam de atenção neste período de temperaturas elevadas, pois são pessoas que naturalmente ingerem menos água no dia a dia. Desorientação, sonolência e diminuição de urina são algumas das características de desidratação em idosos.
Exposição ao sol – E no que diz respeito à exposição direta ao sol, o especialista ressaltou que os cuidados com a pele devem ser redobrados, já que o idoso tem uma fragilidade capilar mais intensa, que pode culminar facilmente em lesões cutâneas.
Quem trabalha ao ar livre, como pedreiros, agentes de limpeza, vendedores ambulantes, também precisa estar atento em relação às altas temperaturas. O uso do protetor solar é medida de extrema necessidade nesse período.